domingo, 24 de junho de 2007

Comentário a respeito do livro de Paulo Freire: Pedagoagia da Automonia

Em Pedagogia da Autonomia Paulo Freire lida com idéias em torno da prática educativo-progressista, onde o professor deve estimular o aluno a pensar, emitir opiniões, construir sua reflexão sobre o assunto, questionar, discutir, estimulando uma curiosidade epistemológica. Além disso, enfatiza a importância da ética do professor, do seu compromisso com a ciência e com o aluno, do respeito ao ser humano, e da troca diária que existe entre professor e aluno, onde há um aprendizado constante de ambas as partes.

Comentário a respeito da discussão em sala do filme: O sorriso de monalisa

A montagem dos dois grandes grupos onde cada um atuou dos dos lados da observação e da discussão, permitiu nos perceber onde erramos, pois o primeiro grupo ao discutir estabeleceu uma ordem de fala que não permitiu uma contraposição de opniões e sim, apenas um relato a partir de suas percepções. Como o próprio filme demonstrou, os debates, as contraposições de opniões enriquece e estimula o aprendizado, exatamente o que foi feito no segundo grupo de discussão. A contraposição de opniões além de trazer outros assuntos a tona, fez cada um olhar de acordo com as concepções, cultura e valores do outro, o que pode ter modificado sua percepção ou mesmo reforçado. Ali também percebemos a postura pessoal de cada um e verificamos tendências, mas todas respeitadas, questionadas, mas respeitadas por todos os colegas. Talvez tenha faltado um moderador na segunda discussão, mas com certeza a falta de ordem em momento algum atrapalhou a discussão, que trouxe a observação de vários aspectos do filme de acordo com a carga histórica de cada um.

COMENTÁRIO A RESPEITO DO FILME: O SORRISO DE MONALISA

O sorriso de monalisa retrata a história de uma professora, Katherine Watson, que ao chegar a um colégio extremamente rígido para moças se assusta com o tamanho do mundo em que elas vivem.Uma escola muito renomada que poderia formar as melhores profissionais daquele país, mas que no entanto tem como sua maior preocupação o casamento de suas alunas, que lá são treinadas para ser boas esposas. A professora, Katherine, mostra-se uma mulher a frente de seu tempo que consegue enxergar além do óbvio, tenta passar isso à suas alunas por meio de suas aulas, sua preferência por pinturas modernas, onde se procura olhar além do que é visto, enfatiza isso. Desperta em suas alunas o desejo de emancipação de fazer mais do que pilotar um lar, sendo admirada e conquistando o afeto de suas aprendizas que descobrem existir algo mais do que lhes é ensinado. O filme mostra como o educar ensinando a pensar, aprender a aprender é importante e decisivo nas escolhas de cada indivíduo, trabalha com valores éticos, sociais e humanos enfatizando o peso da escola na formação da sociedade.

UM BREVE RESUMO COM COMENTÁRIOS A RESPEITO DO TEXTO:“CRIANDO OPORTUNIDADES DE APRENDIZAGEM CONTINUADA AO LONGO DA VIDA” (José Armando Valente)

O texto em questão enfoca a valorização do conhecimento e da aprendizagem, repensando os processos educacionais. Verifica-se que o profissional hoje precisa de muitos conhecimentos, sendo muito limitado admitir que essa diversidade de saber fosse adquirida somente na escola.A aprendizagem se dá ao longo da vida, dentre muitos ambientes e a escola é apenas um deles e precisa começar a trabalhar de modo a capacitar o aluno para gerar conhecimentos e não só consumir. A criança antes de entrar na escola é motivada ao aprendizado e assume uma atitude ativa de busca de informação. Durante a educação escolar ela gradativamente vai perdendo essa postura de caçador ativo, visto que são ensinados a serem receptores passivos, com professores transmitindo a informação “já mastigada”. Após a graduação essas pessoas podem usar a predisposição a receptor passivo ou caçador ativo em sua profissão, essa troca de predisposição exige flexibilidade, e de certa forma determina a capacidade de resolver problemas e adaptar sua performance de acordo com o contexto que está inserido.A postura de caçador ativo e de estar aprendendo em situação que nem se tem a consciência dessa realização pode se dar a qualquer momento, fazendo compras, , brincando ou trabalhando. A aprendizagem que se dá nesse momento é determinada pelo aprendiz, não é prescrita, tampouco ministrada por outrem. Mas algumas pessoas não estão acostumadas a acreditar que aprendam assim e vinculam o aprendizado a aulas formais, avaliação e certificados, fruto da cultura de nossa sociedade e da maneira como a escola desenvolve o processo de aquisição de conhecimento..Na verdade o produtivo seria que as pessoas soubessem alternar a postura de caçador ativo e receptor passivo, usando de forma complementar e não antagônica, desenvolvendo a aprendizagem continuada ao longo de toda sua vida. As duas modalidades são necessárias para que o sujeito possa ser aprendiz.A escola deveria funcionar desenvolvendo a predisposição de caçador ativo e auxiliar o aprendiz a potencializar a predisposição de aprendizagem continuada. Essa predisposição é um aprimoramento do caçador ativo, que querendo aprender vai conseguir, não importa, quando, nem onde, mas vai. Cita-se três fatores como necessários ao aprendizado: a predisposição do indivíduo de aprendizagem, que a informação esteja organizada e que existam pessoas que possam auxiliar o aprendiz no processo de aprender.O fato é que os indivíduos detêm diferentes maneiras de aprender, mas que a sociedade não se preparou pra isso, deveriam existir vários ambientes de aprendizagem para atender a necessidade de cada um, mas, por enquanto, só sabe-se da escola. Isso tem causado um descompasso entre a vida das pessoas e as habilidades hoje exigidas, é pedido um aprimoramento constante, mas não se ensina essa aprendizagem continuada.A escola ainda é vista como uma instituição muito importante para o aprendizado, no entanto continua se portando como castradora, formando ainda muitos receptores passivos. As organizações e a sociedade já caminham para uma preocupação de mudança nesse aspecto, porém, infelizmente, a instituição precursora de nossos conhecimentos continua a desenvolver métodos arcaicos que formam pessoas pouco capazes de aprender a aprender.

A educação superior a distância: uma análise de sua evolução no cenário brasileiro (Artigo de João Roberto Moreira Alves)

Um estudo permanente desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas Avançadas em Educação vem permitindo que se tenham informações exatas sobre as instituições de ensino credenciadas para desenvolvimento de cursos superiores de graduação e/ou pós-graduação lato sensu a distância. A legislação educacional estabelece que cabe exclusivamente à União os atos de credenciamento para EAD. Apesar desse princípio ser absolutamente inconstitucional, eis que a Carta Magna brasileira define competência dos Sistemas de Ensino (federal, do DF, estados e municípios), o MEC vem sendo o único órgão que expede portarias concedendo o direito de funcionamento dos programas superiores. 0s cursos de educação básica têm seus direitos concedidos pelos governos estaduais, tendo em vista uma delegação de competência constante de um decreto federal.Na maioria dos casos existe um Parecer da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação. Só fogem a essa regra os cursos chamados experimentais, cuja permissão se dá pela própria Secretaria de Educação Superior, sem manifestação do colegiado educacional.Apesar de existir um campo específico no site do MEC para registrar as universidades, centros comunitários e faculdades credenciadas, o mesmo sempre está incompleto, causando sérios problemas para as instituições que, apesar de terem os atos formais, ficam à margem dos dados oficiais.Um registro interessante se prende à percentagem de IES credenciadas, em relação ao número total de escolas superiores existentes no Brasil.0s dados de 15 de outubro de 2005 evidenciam que há em nosso país 2.320 IES, sendo 100 federais, 78 estaduais, 58 municipais e 2.084 particulares. Desse conjunto, 174 são universidades, 110 centros universitários e 2.036 faculdades. No tocante aos credenciamentos para EAD, vemos hoje 128 que tiveram as portarias governamentais do MEC. Tomando-se por base o universo de casas de ensino superior, a relação é de 5,51%. 0corre, entretanto, que se observarmos as universidades, encontramos 76 credenciadas, representando 43,67%. Nos centros universitários, essas números são bastante diferentes. Dos 110 existentes, somente 15 estão aptos a funcionar com metodologia de EAD, o que equivale a 13,63%. Por fim, das 2.036 faculdades (isoladas, integradas, centros de ensino superior e outras denominações) apenas 1,81% conseguiram a permissão, correspondendo a um total de 37.0 IPAE organizou a lista das 128 que tiveram credenciamento, sendo as mesmas divididas por ano. A evolução foi a seguinte:
1998 - 2
1999 - 0
2000 - 4
2001 - 8
2002 - 34
2003 - 25
2004 - 33
2005(até agosto) - 22
No tocante à localização geográfica, vê-se que em cinco Estados não há sequer uma credenciada (Acre, Rondônia, Amapá, Piauí e Paraíba).Minas Gerais lidera o ranking, com 25 IES. Contribui decisivamente para esse resultado o Projeto Veredas, que é um bem sucedido programa de realização de cursos de capacitação de docentes de escolas públicas por meio de universidades, centros universitários e faculdades isoladas. Em segundo lugar vem o Rio de Janeiro, que também possui um consórcio interuniversitário (o CEDERJ), reunindo todas as universidades públicasNum mapa nacional, assim estão as unidades de ensino credenciadas
a) Região Norte - 8 (6,25%)
- Pará - 3
- Amazonas - 2
- Tocantins - 2
- Roraima - 1
b) Região Nordeste - 17 (13,28%)
- Bahia - 6
- Ceará - 4
- Maranhão - 2
- Rio Grande do Norte - 2
- Pernambuco - 1
- Alagoas - 1
- Sergipe - 1
c) Região Sudeste - 63 (49,22%)
- Minas Gerais - 25
- Rio de Janeiro - 18
- São Paulo - 17
- Espírito Santo - 1
d) Região Sul - 29 (22,66%)
- Paraná - 13
- Rio Grande do Sul - 9
- Santa Catarina - 7
e) Região Centro-0este - 11 (8,56%)
- Mato Grosso do Sul - 4
- Distrito Federal - 4
- Mato Grosso - 2
- Goiás - 1
Para que se tenha uma análise comparativa entre o número de IES existentes no Brasil, por região geográfica, e as credenciadas para EAD vale o registro dos dados estatísticos oficiais envolvendo universidades, centros universitários e faculdades isoladas (públicas e privadas), a saber:
a) Região Norte - 136 ( 5,87%)
b) Região Nordeste - 403 (17,37%)
c) Região Sudeste - 1.122 (48,83%)
d) Região Sul - 399 (17,20%)
e) Região Centro-0este - 249 (10,37%)
Fazendo-se a observação entre os dois grupos, conclui-se que em duas regiões (Nordeste e Sul) há algumas distorções. Na primeira, temos números abaixo da média e na última, superior). Nas três demais, as variações são pequenas, o que permite se afirmar que proporcionalmente temos um certo equilíbrio entre as IES existentes e as credenciadas para programas de EAD. É certo que haverá, muito em breve, uma forte expansão da educação a distância em nosso país. 0s dados mostram um razoável crescimento, entretanto um espaço gigantesco existe especialmente para os programas que tenham qualidade e que diversifiquem suas ações atendendo a educação formal, a corporativa e, especialmente, o processo permanente de aprendizagem.(*) Presidente do Instituto de Pesquisas Avançadas em Educação e da Associação Brasileira de Tecnologia Educacional. Diretor de Relações com o Poder Público da ABED - Associação Brasileira de Educação a Distância.
Fonte: IPAE - Instituto de Pesquisas Avançadas em Educação (www.ipae.com.br/pub/pt/cme/cme_54/index.htm)